quarta-feira, 1 de abril de 2009


sei
poesia não é filosofia
se leio Fernando ressoa em minha pessoa
o pensamento do que não sou
tento refletir
a partir do que vejo
o que vejo pode não existir
diante da razão precária invenção da mente
sério
prefiro sorrir
viro paisagem presente
em seu devir
admiro entre poesia
e passamento oscilo
também mão sei
porque não sou vidente
nem tranquilo
se minha alma existe
talvez seja pássaro transparente
de mesma natureza
a alma da pedra
não sei se pedra existe
nem se tem alma o vento e as árvores ciprestes
se tiver
a alma terá a mesma natureza da alma agreste
da água em forma de rio
da torre da igreja
do pico do Everest
não sei se há algum sentido
em falar da natureza das coisas
se houver tudo será natureza
e nada terá sentido
a pedra água meu corpo que sou eu
o passado e o perdido
tudo seremos uma só paisagem
espelho sem alma
refletido
a nos olhar de longe o mar sem peixes
de passagem sem nada saber
da natureza do tempo da incomum viagem
de tudo com certeza
com razão
duvido

exconjuro
todas as palavras inúteis
adjetivos magros
gordos sem textura
advérbios sem valia
todas os palavrícios da literatura
esconjuro
os sinais de morte
na procura a linguagem si mesma se depura