sexta-feira, 20 de outubro de 2006








Duas décadas
O “Xou” não pode parar






Se o sistema político brasileiro fosse monárquico, não faltariam reis nem rainhas para ocupar o trono em Brasília. De Pelé a Xuxa, de Roberto Carlos a Airton Sena, do Rei Momo ao rei da cocada preta, passando pelos fenômenos homônimos e opostos, ambos estrelas decandentes:os Ronaldinhos. Antigamente, no meio musical sertanejo,falava-se em Rei do Gado , o Rei do Café. Atualmente, fala-se em rei do tráfico, rei do contrabando, rei da corrupção e , para não ser omisso, Rei dos Peões de Boiadeiros e Rei do Forró. Ai de nós tem dó, ai de nós pobres súditos de reis tão desastrados.
Coicidentemente, um dos Ronaldos também é gaúcho, portanto, conterrâneo da Rainha dos Baixinhos. Se se considerar que a maior parte dos brasileiros é baixinha, - de baixa estrutura física, cultural , intelectual, econômica e social, incluindo o presidente – este deu a volta por cima - e “não sabe de nada”, a loirinha, que de burra não tem nada, poderia ser considerada a rainha-mãe de todos os brasileiros. Pelo menos daqueles mais alienados e felizes, apesar de toda a tragicomédia-nacional.
Para um país de miseráveis – boa parte de fãs incondicionais do Xou da Xuxa é formada por consumidores implacáveis dos mais de 200 produtos Xuxa, todos supérfluos, inclusive a Rainha dos Baixinhos pode ser considerada uma das empresárias brasileiras mais bem sucedidas do meio artístico brasileiro.
Estima-se hoje que sua fortuna ultrapassa a cifra de mais de R$ 250 milhões. Nada é de graça. Até no amor ela foi milionária. Primeiro foi o Rei do Futebol, depois Sena, o Beco. Já com o empresário e ator Luciano Szafir, seu mais recente namorado, depois da fortuna, Xuxa, conquistou seu maior sonho; ser mãe. A filha Sasha. E assim, como em um conto de fadas , a Rainha ri de seu trono de “faz de conta “ e comenta:"Estou fazendo coisas que nunca fiz. Vou ao playground ficar vendo ela brincar. E vou amarradona, acho o melhor programa do mundo". Enquanto isso, os brasileiros divertem-se no grande circo nacional, coberto pelo céu anil e algumas estrelas esparsas. Um imenso circo , com milhões de palhaços, poucos artistas, muitos bandidos, pouquíssima educação, muita violência urbana e rural, muito forró e Hap – o samba está ficando fora de moda? – e , pra variar, pouco pão para a maioria dos sem tudo. Ah!se este país fosse uma monarquia, Os brasileiros não teriam que escolher, entre opções tão insonsas – uma “esquerda” anacrônica ou um neo-liberalismo globalizante porque, no lugar das eleições, haveria uma guerra entre tantos reis e rainhas desastrados para ver quem ocuparia o trono mágico.
Apesar de tudo, na vida real, sem fantasia nem carnaval, nada se compara ao regime democrático, ainda que “meio mambembe” de República Federativa do Brasil. Certamente, os brasileiros que têm hoje, entre cinco até vinte ou trinta anos, não compreendem , perfeitamente o que estou dizendo.Afinal , o “Xou das bruxas” não pode pára!. E os brasileiros, infelizmente, já não se”axustam” - “axustamos”? - com mais nada.Infelizmente!

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