segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Silêncio

no princípio do princípio

era o verbo

a palavra primavera

a linguagem em flores encarnada

pela voz

abre-se o abismo dos tempos

da memória e do esquecimento

a história oculta do poema

no princípio do princípio

na havia mistérios nem fingimentos

só o pleno silêncio

4 comentários:

Sílvia Ribeiro disse...

Gostei demais daqui, João!

Virgílio disse...

Egregius poeta et amicus mei, mataste a charada: o fautor do mundo criou porque havia silêncio. Hoje, o mundo tem pavor do silêncio; até a música virou barulho. Será o nosso legado, mistérios e fingimento?

Márcio Ares disse...

Bonito, isso, irmão.

Bonito feito o POTE, como já o disse, lá no facebook.

Achei muito própria a sua forma, seu jeito de quem já sabe que a viola vem com seus modos, e vc megulha no muito antes de acontecido, lá na alma da noite, da roça, dos lugares felizes.

Parabéns.

Feliz 2012.

Márcio Ares.

Angela Felipe disse...

Além de belo, fala de uma preciosidade, O SILÊNCIO.