sábado, 13 de setembro de 2008





santana

fisgo o Santana de lembranças


o rio ensolarado
- o remanso é perigoso
diz meu pai
de vez em quando cai
barranco de areia branca
- moleque de roça arrisco todo desafio
- até capoeira já vi descer
na enchente
- imagino por um fio
a correnteza


rastos de aves no sossego da praia
a rabanada da tubarana
dos lambaris prateados
meus olhos adultos brilham
- maior perigo é viver
a acauã no ipê mais próximo
fisgo de lembranças fluviais


o que poderia e que não foi
vagueio por lá com minhocas na cabeça
como se gente fosse tudo igual
cerrado e campo
pedra ramo céu e bicho
atravesso a nado o tempo
o engenho das manhãs sem viço
nada no que resta nado
o vento risca a areia quente

o Santana mal respira