quinta-feira, 12 de maio de 2011


nada de novo
sobre a face da terra
desde o início do mundo
o sol absoluto reina
o homem vaga a esmo
erra pelo planeta
em busca de um deus de pedra
cai no abismo da palavra viva
perde-se de si mesmo
vocabulário andarilho
sem som
sem luz ou peso
o poema do futuro se insinua
da palavra nua
no quaro de despejo
contra a vontade do signo
o desejo da milícia
das interfase da lua
a contra-gosto da família
e tudo se reinicia

do ovo da serpente
não nasce o gênio
nem gente
o computador computa
não engendra o sentido
não inventa
não perdoa nem redime
de quem a culpa
se culpado existe
se a voz inculta
impõe o rito
engole o poeta
se a poesia forja o enigma de cada dia
sempre vence a gula da mídia

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