domingo, 11 de setembro de 2011

negócio da China
o ócio não germina
sobre pedras
fica no cio em qualquer lua
quando o amor termina
engorda longe dos olhos
do dono
come quando tem fome
dança quando quer
dorme quando tem sono
vê TV ao meio dia
adultera o dicionário
lê romance de cavalaria
joga futebol na grama do jardim
vídeo-game e gamão
ama a mulher do rei beócio
a top-model
a dama de vida difícil
a mucama
ri sem pedir licença
a Irene ou a Luzia
ama mesmo sem cama
ócio já foi pecado mortal
em Roma
crime capital em Alexandria
agora é charme
tema de pesquisa científica
moda de gente rica
coisa de classe
rende juros
poesia
dá fama
dá rima
o ócio sem culpas
é coisa fina
é dom do homem livre
recompõe os ossos do ofício
não presta conta ao fisco
anima o espírito das coisas
a alma indócil da cúpula
negócio da Chima
o ócio não é coisa para imbecil
não é preguiça qualquer
não é jovem nem senil
ócio é ócio
nos braços de qualquer mulher
quem tem ócio está no céu

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