segunda-feira, 25 de outubro de 2010


mão me procures nas palavras
belas e corajosas
ditas sob céu estrelado
não me procures na sonoridade
proverbial do meio dia
na verdade não me escondo
no que digo
nem me mostro por inteiro
no escombro das letras
mal emparelhadas
se é que estou
fico feito peixe abissal
folha seca
restos de raízes
nos intermitentes intervalos
do desdizer
deslizo mais que a enguia
sob a pedra
sorvo cada instante a pequena bolha
respiro de silêncio em silêncio
o mágico veneno do sentido
a vida foge quando
em meu nome
nomeio o sem mistério
das coisas obesas
não me procures nas palavras
ociosas

não me procures e me encontrarás

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