quarta-feira, 10 de agosto de 2011

o que se colhe na lavoura dos dias
sem esperança e sem memória
em sua infinita sucessão de tédio
além do crepúsculo dos sonhos
da indiferença das horas
se a noite nada oferece
senão estrelas ilusórias
desconhecidas e distantes
o que se colhe do tempo
terreno estéril
além da morte persistente
que tudo engole e ironiza

que universo é este
de veneno e regozijo
onde todos
de todos desconfiam

o que se colhe dos dias sem alma
às ave-marias

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