domingo, 21 de agosto de 2011


que glória há
em dominar o planeta
se onde pisas tudo morre e seca
adoece de peste crônica
de mal se cura
se contra ti voltam tuas conquistas
todos os engenhos que inventas
se te cortam a carne a faca e o forcado
as ferramentas todas que construístes
se são de veneno tuas refeições diárias
se não tens direito a um sono tranqüilo
se inimigos ocultos batem à tua porta com porretes e bazucas
se te assaltam corpo e alma
em plena luz do dia
se mores esmagado pelas máquinas ferozes e desnorteadas
se descansamos nossos corpos sobre cadáveres de espécimes extintas
que vitória é esta que cantamos
com orgulho com cega distinção
que trágica alegria a do ser humano que trai e mata seus semelhantes

em nome de que ciência e de que conhecimentos
continuaremos esta guerra sem fronteiras nem motivos
e como haveremos de tecer poemas
canções de exílio
em mundo assim
insípido e opaco
que triste melodia embala tua oficina de medo

que glória há em dominar o planeta




Nenhum comentário: