sexta-feira, 8 de dezembro de 2006


epifalso
aqui jaz o poeta
não foi santo nem herói
nem bandido nem barão
jaz de pedra sob pedra o poeta
como soe ficar a sós
e calcário
ao se ouvir um jazz

após longa vida breve
tanto faz a guerra ou a farsa
a ação entre inimigos
o amigo salafrário
mesmo morto o poeta é um perigo
adverte o prefeito de plantão
o choro surdo dos muros
nada mais lhe fere
nada mais lhe dói

aqui jaz o poeta
sem forma sem futuro

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