quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

paralelismo


os homens andam em paralelas de infinitas tramas

curvam-se com suas dores invisíveis
nunca se encontram

armas e auras
negócios e ócios

olhos e óbces
ópios e óculos

ocos e óbvios
seios e ancas

sapos e cobras
homens e antas

lutas e lutos
luas e sombras

perdas e danos
ledos enganos

pedras e pedras
muros e ramos

tristes tiranos
tigres humanos

rezas e ramos
rosas urbanas

mapas e mandos
sagas de sangue

partes e portais
partos e prantos

sábios e santos
sóbrios nem tanto

bandas e bancos
surdos e mancos

ricos e pobres
órfãos e manos

cartas e contas
camas e coma

mares e montes
mortes e mantos

lucros e sobras
furtos e famas


nunca se encontram
curvam-se sob o peso de suas dores risíveis

os homens andam em paralelas infinitas e infames

Nenhum comentário: