o rio de minha aldeia
não é o Tejo
não tem a alegria de Lisboa
é um riozinho à toa
triste e sertanejo
passa pela periferia
sem peixes
entre seixos
fezes calcárias
aros e cacos de telha
o rio de minha aldeia
não passeia
quando passa ressoa de memória seca
em linha reta
colonizado e fraco
lateja
ferve na veia de Fernando Pessoa
fere
estanca o pensamento
voa
o poema sangra
joão evangelista rodrigues
não é o Tejo
não tem a alegria de Lisboa
é um riozinho à toa
triste e sertanejo
passa pela periferia
sem peixes
entre seixos
fezes calcárias
aros e cacos de telha
o rio de minha aldeia
não passeia
quando passa ressoa de memória seca
em linha reta
colonizado e fraco
lateja
ferve na veia de Fernando Pessoa
fere
estanca o pensamento
voa
o poema sangra
joão evangelista rodrigues
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