Pois é, gata. Quem diria!
O que você mais admira no ser humano? E na mulher, especificamente? Seja lá você, masculino e/ou feminino, seja lá qual for a orientação sexual do leitor, o que mais lhe admira? Embora não esteja colocada exatamente nestes termos, esta pergunta faz parte de uma pesquisa realizada pelo link EhGata, na página do provedor Uai. Caso esteja duvidando deste cronista, confira você mesmo. A pesquisa poderia fornecer informações interessantes não fosse o reducionismo a que submete o ser feminino.
É verdade que de um link onde se exibem os mais belos espécimes da raça humana não se poderia esperar nenhuma preocupação de cunho existencial ou filosófico.
Tentarei ser breve, pois não quero espantar as mentes preguiçosas, nem menosprezar a inteligência loira ou morena. O cunho da pesquisa é natural, direto, absurdamente conforme o gosto, sensibilidade e expectativa do publico ao qual o site é dirigido.
Imagino o que dirão as mulheres de verdade, aquelas que pensam e que sabem o que não querem de uma vida fútil e alienada. De uma “difícil vida fácil”, seja vivida na sarjeta das periferias, no calçadão das cenas das novelas ou no espaço submisso de um casamento de conveniência, sem amor e sem futuro.
A trajetória foi rápida. Emancipação feminina. Feminismo. Liberação sexual. Independência econômica. Inclusão da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho.
De marginalizada e confinada em guetos nos sujos subúrbios urbanos, à prostituta profissional, com carteira assinada, com direito a férias e licença maternidade.
De “biscate” ou “galinha” à garota de programa, com carro de luxo, celular e agenda, tudo de forma a não atrapalhar a freqüência às aulas e a conquista de um diploma de nível universitário.
Bem, e a pesquisa? Pois é, gata. Quem diria, a pesquisa está interessada em saber que parte da mulher mais agrada aos leitores do site. Só isso? Claro que não. Veja só. De cortesã, amorosa e sedutora, musa, senhora e dona dos desejos mais sublimes, salva pelo crivo da sociedade capitalista, a objeto de prazer, corpo a ser enfeitado, aplaudido nas passarelas, consumido feito cachorro-quente nos finais das noites de verão. De esposa, mãe, companheira, conselheira e amiga, torna-se sucata, sem lugar em um mundo onde o que vale é a forma física, a desempenho sexual e a beleza.
Quer mais? Então está tudo bem? Na tal pesquisa, a mulher, o corpo feminino, foi esquartejada no melhor estilo. Foi racionalmente reduzido a cinco partes distintas, na seguinte ordem: pernas, bunda, seios, barriga e olhos. Antigamente, as mulheres bonitas e bem dotadas eram chamadas de “pedaço de mau caminho”, “gostosa”, “avião” e muitas outras formas de referências machistas, socialmente aceitáveis e até certo ponto, consideradas elogiosas pelas mulheres menos exigentes. Mas, dividida como está, e andando com as pernas no lugar da cabeça, com a bunda no lugar dos seios, com os seios mais embaixo do que de costume e com os olhos na barriga, a mulher torna-se um ser estranho, desconfortável e assustador. O leitor, de gosto mais refinado e senso estético, há de concordar com este cronista, não é mesmo? Consumidoras implacáveis reduzidas a pedaços. Transformadas em objetos de consumo descartáveis, anoréxicas e altamente competidoras entre si, as mulheres, a maioria delas, parece perdida em seus destinos e projetos de vida. Não por acaso, a incidência de gravidez precoce, os casos de suicídio entre os jovens e adolescentes de ambos os sexos, a opção pela criminalidade e pelas drogas. Parece evidente que numa sociedade em que o fator feminino não vai bem, o masculino também não irá. Se as mulheres não estão felizes, como poderão ser felizes os homens?
Em muitos casos, as chances de se viver feliz, com qualidade de vida, são mínimas. Em outros, nada que uma boa cirurgia plástica ou uma “lipo” não resolva o problema. Bem, claro que as frustrações e desilusões não contam pontos em pesquisas dessa natureza. Menos ainda, a inteligência, a sensibilidade e a delicadeza. Valores morais e culturais, nem pensar!
Não se trata aqui de reforçar o perfil das Amélias nem das Bonecas de Louça. Nem de colocar a beleza, o charme e a capacidade de sedução feminina de lado ou em segundo plano. De minha parte admiro as mulheres inteligentes e belas. Os corpos bem desenhados e saudáveis. Há quem não goste, isto lá é verdade!
Não há julgamentos aqui. O objetivo é apenas reconsiderar a mulher em sua integridade humana e refletir sobre o seu lugar e o seu papel na sociedade contemporânea. Nada contra o prazer e o desejo. Contra as gatas de todas as espécies. Pois é, gata. Quem diria?
O que você mais admira no ser humano? E na mulher, especificamente? Seja lá você, masculino e/ou feminino, seja lá qual for a orientação sexual do leitor, o que mais lhe admira? Embora não esteja colocada exatamente nestes termos, esta pergunta faz parte de uma pesquisa realizada pelo link EhGata, na página do provedor Uai. Caso esteja duvidando deste cronista, confira você mesmo. A pesquisa poderia fornecer informações interessantes não fosse o reducionismo a que submete o ser feminino.
É verdade que de um link onde se exibem os mais belos espécimes da raça humana não se poderia esperar nenhuma preocupação de cunho existencial ou filosófico.
Tentarei ser breve, pois não quero espantar as mentes preguiçosas, nem menosprezar a inteligência loira ou morena. O cunho da pesquisa é natural, direto, absurdamente conforme o gosto, sensibilidade e expectativa do publico ao qual o site é dirigido.
Imagino o que dirão as mulheres de verdade, aquelas que pensam e que sabem o que não querem de uma vida fútil e alienada. De uma “difícil vida fácil”, seja vivida na sarjeta das periferias, no calçadão das cenas das novelas ou no espaço submisso de um casamento de conveniência, sem amor e sem futuro.
A trajetória foi rápida. Emancipação feminina. Feminismo. Liberação sexual. Independência econômica. Inclusão da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho.
De marginalizada e confinada em guetos nos sujos subúrbios urbanos, à prostituta profissional, com carteira assinada, com direito a férias e licença maternidade.
De “biscate” ou “galinha” à garota de programa, com carro de luxo, celular e agenda, tudo de forma a não atrapalhar a freqüência às aulas e a conquista de um diploma de nível universitário.
Bem, e a pesquisa? Pois é, gata. Quem diria, a pesquisa está interessada em saber que parte da mulher mais agrada aos leitores do site. Só isso? Claro que não. Veja só. De cortesã, amorosa e sedutora, musa, senhora e dona dos desejos mais sublimes, salva pelo crivo da sociedade capitalista, a objeto de prazer, corpo a ser enfeitado, aplaudido nas passarelas, consumido feito cachorro-quente nos finais das noites de verão. De esposa, mãe, companheira, conselheira e amiga, torna-se sucata, sem lugar em um mundo onde o que vale é a forma física, a desempenho sexual e a beleza.
Quer mais? Então está tudo bem? Na tal pesquisa, a mulher, o corpo feminino, foi esquartejada no melhor estilo. Foi racionalmente reduzido a cinco partes distintas, na seguinte ordem: pernas, bunda, seios, barriga e olhos. Antigamente, as mulheres bonitas e bem dotadas eram chamadas de “pedaço de mau caminho”, “gostosa”, “avião” e muitas outras formas de referências machistas, socialmente aceitáveis e até certo ponto, consideradas elogiosas pelas mulheres menos exigentes. Mas, dividida como está, e andando com as pernas no lugar da cabeça, com a bunda no lugar dos seios, com os seios mais embaixo do que de costume e com os olhos na barriga, a mulher torna-se um ser estranho, desconfortável e assustador. O leitor, de gosto mais refinado e senso estético, há de concordar com este cronista, não é mesmo? Consumidoras implacáveis reduzidas a pedaços. Transformadas em objetos de consumo descartáveis, anoréxicas e altamente competidoras entre si, as mulheres, a maioria delas, parece perdida em seus destinos e projetos de vida. Não por acaso, a incidência de gravidez precoce, os casos de suicídio entre os jovens e adolescentes de ambos os sexos, a opção pela criminalidade e pelas drogas. Parece evidente que numa sociedade em que o fator feminino não vai bem, o masculino também não irá. Se as mulheres não estão felizes, como poderão ser felizes os homens?
Em muitos casos, as chances de se viver feliz, com qualidade de vida, são mínimas. Em outros, nada que uma boa cirurgia plástica ou uma “lipo” não resolva o problema. Bem, claro que as frustrações e desilusões não contam pontos em pesquisas dessa natureza. Menos ainda, a inteligência, a sensibilidade e a delicadeza. Valores morais e culturais, nem pensar!
Não se trata aqui de reforçar o perfil das Amélias nem das Bonecas de Louça. Nem de colocar a beleza, o charme e a capacidade de sedução feminina de lado ou em segundo plano. De minha parte admiro as mulheres inteligentes e belas. Os corpos bem desenhados e saudáveis. Há quem não goste, isto lá é verdade!
Não há julgamentos aqui. O objetivo é apenas reconsiderar a mulher em sua integridade humana e refletir sobre o seu lugar e o seu papel na sociedade contemporânea. Nada contra o prazer e o desejo. Contra as gatas de todas as espécies. Pois é, gata. Quem diria?
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