terça-feira, 29 de agosto de 2006


raro é o pássaro a escritura corporal
mais ágil e firme o lápis que rabisca
ara por instinto a carne o terreno baldio
de corte vertical a síntese a cintura
o veludo a vista por fora da moldura fisga
o dedo os olhos da enguia insiste na procura
busca no escuro os lábios a volúpia
livre labirinto de espumas
o mar mais fundo se agita e geme
e todo se estica e treme
por dentro o peixe o orbe atemporal momento
no ponto exato da ogiva explode chama
quando em ondas e urros a urbe iluminada
de macio silencio se inunda após o vento
tempestade de sossego abriga

Nenhum comentário: