quinta-feira, 1 de janeiro de 2009


nada sei do que sou ou fui
tentando ser
um pouco de mim solidão
entre árvores e passarinhos
um pouco
ficou naquela ruazinha franzina
outra parte perdi
pelos caminhos de pedra calcária
pelas ciladas da cidade desvairada
a parcela mais querida
roubaram-me ainda na infância
a vida por se fazer

agora aqui estou
mais leve do que pena de pavão
a olhar o tempo anterior e breve
inteiro no que me resta
fora do que nada me serve
desnudo de tudo pronto para voar