o barco da morte não tem pressa
seja no rio ou no mar
nas nuvens
o barco vem sempre devagar
segue a corrente dos dias
segue a vontade dos ventos
vem sem ninguém o comandar
em vão se espera no porto
a hora do barco passar
em vão se avisa ao morto
sobre os modos de remar
o barco da morte não se atrasa
não tem hora de chegar
em vão se debate o vivo
a gaivota a velejar
nada lhe resta fazer
senão ao morto chorar
o barco da morte não tem pressa
em breve irá se atracar