sexta-feira, 31 de julho de 2009




VivaViola lança Cd e se apresenta no Grande Teatro do Palácio das Artes

Depois de lotar o Teatro Alterosa, durante três dias em 2008, o VivaViola lança Cd e se apresenta, no dia 19 de agosto de 2009, no Grande Teatro do Palácio das Artes. Esta é, sem dúvida, uma boa opção para quem aprecia a música de viola de raiz.
Lançado ano passado, o Projeto VivaViola, 60 cordas em movimento, reúne seis importantes nomes da música regional mineira: Pereira da Viola, Chico Lobo, Wilson Dias, Bilora, Joaci Ornelas e Gustavo Guimarães.
O repertório privilegia o trabalho autoral dos artistas, destacando-se a parceria de alguns deles com o jornalista e poeta João Evangelista Rodrigues. Dinâmico e descontraído este espetáculo integra a moda de viola, as folias e os catiras, com ares de renovação criativa. Os seis violeiros ficam no palco durante toda a apresentação, alternando-se em solos e duos. Há momentos, sobretudo, na abertura e no encerramento, que o grupo faz uma cantoria coletiva o que aumenta, ainda mais, a força expressiva e a beleza do espetáculo. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro de segunda-feira a sábado, de 10h ás 21h00. Nos domingos e feriados, de 14h00 às 21H00.

CD VivaViola

Primeiro registro sonoro feito por este grupo de violeiros, o CD Vivavio0la é um retrato do espetáculo que será apresentado no Grande Teatro do Palácio das Artes. Além de ter o mesmo nome do projeto, o Cd ViVaViola foi gravado em clima de colaboração, descontração e alegria. Verdadeiro mutirão, onde todos desempenharam, e bem, o papel de cantor, instrumentista, diretor artístico, dando opinião e discutindo cada detalhe do processo de gravação, da arte gráfica, fotografia e textos do encarte. Esta é uma atitude rara em tempos difíceis, marcados, sobretudo, pelo individualismo, pela disputa por verbas via editais e a acirrada competição do mercado. Esta é talvez uma das principais lições destes seis violeiros: a arte pode e deve ser compartilhada e quando isso acontece com maturidade, os resultados são os melhores possíveis.
São ....faixas, correspondentes ao repertório do espetáculo VivaViola, seguindo a mesma ordem e formato de apresentação. A gravação foi feita no estúdio Rio Abaixo, de Gustavo Guimarâes. A arte gráfica tem assinatura de Joaci Ornelas e as fotografias e textos de apresentação de João Evangelista Rodrigues.
Seja pela qualidade do repertorio, seja pela forma que foi produzido, o CD VivaViola é, sem dúvida, um importante documento para a história da viola caipira em Minas, nesta primeira década do século XXI. Pode ser entendido como testemunho de que, contra todas as predições, ainda são possíveis a poesia e a música, a amizade e a esperança. Por isto, é possível resistir. Continuar cantando e se educando, pela magia da voz, pelo toque e sonoridade poética da viola caipira. Por isso pode-se falar, ainda, parodiando o poeta perrnambucano, João Cabral de Melo Neto, de uma educação pela viola.Vale a pena conferir.

O espetáculo
Esta é a segunda vez que o espetáculo VivaViola é apresentado em Belo Horizonte. No ano passado, os violeiros Pereira da Viola, Chico Lobo, Wilson Dias, Bilora, Joaci Ornelas e Gustavo Guimarães lotaram o Teatro Alterosa durante três dias.. Muitas pessoas não tiveram a oportunidade de ouvir e ver o que este grupo de violeiros mineiros é capaz de fazer nos braços da viola. A diferença de estilos, a marca regional de cada um deles, a diversidade do repertorio, tudo contribuiu para que este espetáculo agradasse e conquistasse o coração do público. Nesta apresentação, dia 19 de agosto, no Grande Teatro do Palácio das Artes, a energia não será diferente, tendo como novidade, o lançamento do Cd VivaViola.

Tanto o espetáculo quanto o Cd VivaViola mostram as riquezas e particularidades originas do universo da viola caipira em suas diversas paisagens sonoras. Os seis violeiros, cada qual com seu estilo, suas formações e vivências, procuram ressaltar importância deste instrumento enquanto expressão artístico-cultural coletiva e, por toda sua história, como símbolo da identidade da cultura popular brasileira. Revigora e reafirma, assim, a existência de uma coletividade que se desenvolve em torno da tradição – não conservadorismo - no âmbito da música mineira e brasileira.

Pontos de Vista

Em matéria no dia 24 de outubro de 2008, em O Tempo, o jornalista Daniel Barbosa refere-se ao espetáculo como “Uma verdadeira esquadra da música de raiz (...) mutirão que lotou o teatro Alterosa durante três dias”.

O jornalista César Macedo, especial para o Hoje em Dia, 9 de novembro de 2008, na matéria “A hora da Viola” faz alusão a capacidade deste instrumento de reunir pessoas, de sensibilizar mentes e corações pela a força do seu sotaque ao mesmo tempo mágico e realista, pelas suas inúmeras possibilidades sonoras e melódicas.

De acordo com repórter Eduardo Tristão Girão, Jornal Estado Minas, 24 de outubro de 2008, o espetáculo definiu-se como “Seis Violeiros mineiros de diferentes origens e formação se encontram para provar que a viola tocada em minas está viva, pulsante; (...) mostrando o bom panorama da produção atual para o instrumento, sem deixar de lado tradição como cantigas rodas e folias de reis”.

O repertório

O repertório privilegia o trabalho autoral dos artistas. Dinâmico, integra a moda de viola, as folias e os catiras, com ares de renovação criativa. O formato estético do espetáculo prevê que os seis músicos estejam no palco o tempo inteiro.

Entre as músicas do repertório, Wilson Dias apresentará “Brasil Festeiro”, composição inédita feita em parceria com João Evangelista Rodrigues. E Pereira da Viola interpretará a conhecida “Menina Flor”, autoria dele com Josino Medina. Joaci Ornelas cantará “Moda de Violeiro”, uma de suas parcerias com o também poeta e compositor João Evangelista Rodrigues. Enquanto Gustavo Guimarães cantará “A voz do Rio”, que faz parte do seu primeiro CD, “Vaqueiro”. Chico Lobo apresentará uma de suas músicas mais apreciadas, “No Braço dessa Viola”. E Bilora, “Calango na cidade”.

Os artistas, cada qual com suas particularidades e estilos, naturais diferentes lugares de minas, apresentam músicas que retratam as influencias dos lugares de onde vieram, em genuínas formas de expressão, como modas, batuques e toadas.

A Viola Caipira

Instrumento fundamental na formação da identidade cultural de Minas e do Brasil, a viola caipira continua presente nas manifestações populares, nas festas religiosas e profanas. Nas palavras do professor Romildo Sant’Anna a viola caipira “é uma das mais relevantes expressões da cultura e da arte radicalmente brasileira”.

Símbolo do coletivo, do mutirão, este projeto encadea-se no processo de legitimação da viola caipira como marca da diversidade cultural brasileira. O espetáculo VivaViola é, de certa forma, uma referência aos sertões de minas, através de canções que refletem as vivências afetivo-sensorial deste grupo de cantadores comprometidos com a realidade social e os valores da cultura brasileira.
A música de viola ressurge a partir dos anos 80 no ambiente cultural contemporâneo, após um período de ostracismo com força e importância no cenário fonográfico. Diferente dos modismos, ela retrata questões relacionadas à tradição com ênfase na expressão de raiz.
Sobre os violeiros
Chico Lobo – um dos mais ativos violeiros do cenário nacional e internacional, idealizador e apresentador, desde 2003, do Programa de TV Viola Brasil, especial veículo de divulgação da viola –, ressalta a importância deste projeto: “É sempre bom juntar minha viola com a dos companheiros. A viola é de festa, é de mutirão, é de coletividade. Sendo assim, se uma viola já é bonita, imagina quando muitas se juntam numa cantoria certeira”.
Para Gustavo Guimarães – um dos legítimos representantes da nova geração da viola –, o concerto tem um significado especial por ser este um momento de afirmação e ascensão da viola. “É importante ressaltar também os princípios que giram em torno da música de viola, como a defesa de valores éticos, morais, culturais e espirituais”, aponta.
Pereira da Viola, um dos artistas mais reconhecido de Minas e do Brasil, presidente da Associação Nacional dos Violeiros (ANVB), situa o concerto VivaViola no contexto do movimento nacional em torno deste instrumento. Ele afirma que, “Em Minas, sempre nos deparamos com um certo vazio, se comparado a São Paulo e até mesmo outros estados, no processo de identificação, estruturação e expansão deste movimento musical. Compreendo que este momento é profundamente oportuno, para esta ação coletiva que estamos desenvolvendo”.

A opinião de Wilson Dias – que tem direcionando sua carreira para o encontro entre a tradição e o urbano, com um viés especial para a cultura popular –, reforça poeticamente essa idéia da valorização da música de viola caipira, que vem crescendo a cada dia. Para ele, “cabe a todos nós o trabalho de manter enlaçados os fios que nos ligam, de maneira que a nossa rede de vida permaneça ‘redeviva’, em permanente frescor construtivo”.

Fiel às suas origens, o violeiro Bilora – um dos mais premiados violeiros do Brasil – faz questão de ressaltar que “a viola representa a cultura popular brasileira do interior. Está presente na alma desse povo e tem cheiro de mato. O concerto é uma festa da música semeando o belo som da viola”.

Um dos responsáveis pela realização do I Seminário Nacional de Viola Caipira (evento que reuniu, em Belo Horizonte, neste ano, os principais violeiros do país), Joaci Ornelas tem seu trabalho essencialmente ligado à viola caipira, como tradução musical desde o estilo renascentista, barroco, até os batuques e composições próprias. Ele afirma que este espetáculo tem dupla importância: pessoal e artística. “Primeiro, me coloca em contato direto com o trabalho musical de outros artistas. Segundo porque favorece uma troca de informações, sentimentos, experiências com artistas que acreditam numa vida mais justa e bela”.

Serviço:
Grande Teatro do Palácio das Artes
Dia 19 de agosto de 2009 – 21 horas
Informações bilheteria do Teatro: 3236-7400




Produção VivaViola – 60 cordas em movimento
Coordenação:
João Evangelista Rodrigues
31 3371 5525

Produção:
Ângela Lopes - 31 3459 8026 / 9954 6580
Daiany Durães - 31 8315 0450
Nilce Gomes: (31) 3427 9670 / 9113 1626 / 8721 7122

e-mail: pvivaviola@gmail.com

quarta-feira, 8 de julho de 2009


onde estiver a poesia
aí está meu coração
onde habitarem a dúvida
a inquietude da arte
a luta pela palavra mais fértil
na clareira da cultura
aí habitam meus irmãos
seja homem ou bicho
seja pedra ou pássaro
seja lua clara ou plena escuridão

onde houver a paz
meu coração descansa
até o início da próxima batalha
da alegria da lucidez e da loucura

onde estiver a poesia aí está meu coração

 

terça-feira, 7 de julho de 2009


culinária

o frango a molho pardo
o feijão tropeiro que minha Vó cozia
dava água na boca
o doce de leite
deixa a alma satisfeita
minha Vó não freqüentou escola de culinária
costumava cantar
enquanto o fogo trabalhava
e a panela fervia

de certo não há receita
para o poema de cada dia