sábado, 28 de março de 2009


sob suspeita
o poeta escreve
a meia noite
a meia luz
ignora a lei do silêncio
a liturgia da lei
o movimento da rua
o regime do tempo
a cidade cega
adormecida sob a lua rubra
escreve com palavras dúbias
escapa aos olhos
do grande irmão
do guarda noturno
do governo diuturno
ao controle de qualidade
das leis do lucro
das rendas da escritura
das regras do grupo
do sermão das manhãs

escreve escava a gruta
escuta o som da palavra acesa
escapa pelo ferrolho da literatura

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