segunda-feira, 6 de junho de 2011




dialética

claro que a pedra
como tudo se move
a pedra e a água
o seu em torno
a contorno das formas
da lua gorda
sobre as montanhas
imóveis na aparência
da cidade inerte
o pássaro solerte
mesmo quando pousa
feito folha presa no caule
o tronco do arbusto
o pouso mesmo trono
tudo se move e canta
às vezes para sempre
fica mudo no ramo escuro
claro que a pedra
feito a pele do corpo
move-se no túmulo
o túmulo sobre si mesmo
se dobra e se transforma

e por mais bela a forma
a arquitetura dos olhos
há uma triste visão no fundo
de tudo o que não se move
ou se partir resiste

claro que a pedra do reino
não dura para sempre se move

Nenhum comentário: