sábado, 24 de junho de 2006




Muda Brasil X
Muda, Brasil,
ou mudo eu.
Não ficarei:

pelos agouros da acauã ,
pelas águas do Opará,
pelas agruras de Canaã.
pela ópera dos operários,
pela nova trova,
por toda a América,
por Aatahualpas ,
Anitas, Nerudas e JKs
Elis e Pagús,
por Felipe dos Santos,
Victor O’hara, Vandrés e Herzogs.

Pelas asas do Condor,
pelo Águias e Urubus,
pelas sagas dos tambores,
maritacas e nambus,
bem-te-vês e beija-flores,
pelas chagas dos algozes,
pelos penhascos e penhores,
pelos punhais ,
por tantos outros que somos,
submissos servidores,
subservientes rivais,
por tantos outros nem santos,
coveiros e canibais,


Muda, Brasil ,muda,
pelos poderes de Leviatã,
pelas inevitáveis manhãs,
pela bandeira do sem nome,
pela leviandade dos titãs,,
pelas Terras do Bem virá,
pela garoa de São Paulo,
por Paulo Leminski ,
Paulo Freire,
Maiakovski,
Castro Alves,
Rimbaud ,
João Cabral e Drummond.
Em nome de todo nome,
pelo vento dos Pampas,
pelos Filhos de Ghandi,
pela Ilha de Santa Cruz,
pela Bahia de Todos os Santos,
pelos tambores de Xangô,
pela dunas e montes,
pelas damas e monges,
por tudo o que ainda não se viu,
por tudo o que já se passou,
pelo Cálice
de Chico Buarque de Holanda,
pelo convite da banda,
muda, Brasil, muda!

pelos degredos da palavra Pátria
pelos segredos da palavra apátrida
pelos poderes da palavra sem data

LEVANTA-TE E ANDA.

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